A possível candidatura de Wagner Dias, esposo da prefeita Sheila Lemos (UB), à Assembleia Legislativa da Bahia, reacende um debate incômodo, porém necessário: estaria Vitória da Conquista caminhando para uma espécie de república familiar?

Figura de bastidor até então, Wagner, advogado e ex-procurador do município, deve ser lançado nas próximas semanas como pré-candidato a deputado estadual. A movimentação parece estratégica: Sheila estaria transferindo seus eleitores para o marido, apostando em sua força de liderança para viabilizar o projeto.
O gesto, no entanto, não vem sem custos. A articulação representa um rompimento tácito com antigos aliados, como Tiago Correia (PSDB) e Elmar Nascimento (UB), e pode tensionar o próprio grupo político da gestora, que já enfrenta resistências internas.
Wagner nunca ocupou cargo eletivo, mas tem papel influente nos bastidores. Ainda assim, a leitura entre observadores da política local é que a prefeita estaria priorizando interesses pessoais em detrimento de articulações mais amplas, prática que gera críticas quanto à personalização da política e ao risco de aparelhamento familiar da administração pública.
O tempo e as urnas responderão se o povo está disposto a estabelecer uma “dinastia” política.