O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou habeas corpus e manteve a prisão da cirurgiã-dentista Mara Kenia Dier Lucas, condenada a 21 anos de prisão pelos crimes de tráfico de drogas, associação e financiamento ao tráfico. A decisão, unânime, foi tomada pela Quinta Turma da Corte, acompanhando o relator Messod Azulay Neto.

Mara Kenia foi presa em maio de 2024, durante a Operação Escamotes, que desarticulou um esquema de transporte de drogas e armas em Mato Grosso e outros estados. Segundo as investigações, ela seria responsável por alugar veículos com compartimentos ocultos usados no tráfico e auxiliar o marido, o empresário Flávio Henrique Lucas apontado como líder da organização criminosa nos pagamentos da estrutura ilegal.
No julgamento, o relator destacou que não houve análise da alegada nulidade da sentença no tribunal de origem, o que inviabiliza a apreciação pelo STJ. Sobre a prisão, afirmou que está fundamentada na gravidade das condutas e que medidas alternativas não se mostram adequadas. A Operação Escamotes cumpriu 21 mandados em Cuiabá, Várzea Grande, Vitória da Conquista (BA) e Hidrolândia (GO), mobilizando cerca de 50 policiais federais e integrantes do Gaeco. Estima-se que o grupo tenha movimentado toneladas de drogas e armas.