A Justiça Federal da Bahia condenou quatro integrantes do esquema internacional de tráfico de armas investigado na Operação Dakovo. As sentenças, proferidas pela 2ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária da Bahia, atingem membros do núcleo de vendedores do Paraguai, responsáveis por abastecer facções criminosas brasileiras como o Comando Vermelho e o PCC.

As investigações, conduzidas pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal, revelaram que os condenados comercializavam armas da empresa IAS-PY com intermediários que traziam o armamento ilegalmente para o Brasil. A quadrilha utilizava empresas de fachada, laranjas para simular vendas legais e pagava propina a autoridades paraguaias para obter registros falsos.
Na sentença, duas mulheres apontadas como principais vendedoras foram condenadas a mais de 22 anos de prisão, além do pagamento de multa e indenização por danos coletivos. Outro integrante, que intermediava a relação com agentes corrompidos, recebeu pena de 7 anos e 6 meses, enquanto o responsável pela comunicação online e monitoramento das apreensões foi sentenciado a 6 anos e 9 meses. Cada um também terá que pagar R$ 50 mil como reparação.
O MPF recorreu das decisões, pedindo o aumento das penas por organização criminosa e a inclusão de agravantes, como o envolvimento de agentes públicos. A Operação Dakovo teve início após a apreensão de fuzis croatas em Vitória da Conquista, em 2020, e revelou uma rede que importava armas da Europa e Turquia para o Paraguai, de onde eram revendidas ilegalmente ao Brasil.