O ex-presidente Fernando Collor foi preso na madrugada desta sexta-feira (25) em Maceió, Alagoas, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A prisão ocorre após a confirmação da condenação de Collor a 8 anos e 11 meses de prisão por envolvimento em esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. O ex-presidente estava prestes a embarcar para Brasília quando foi detido pela Polícia Federal.

Segundo a condenação, Collor recebeu R$ 20 milhões em propinas entre 2010 e 2014 em troca de apoio político para indicações de diretores na estatal. O esquema foi descoberto através da delação premiada de Ricardo Pessoa, ex-presidente da UTC Engenharia, durante as investigações da Operação Lava Jato. Dois empresários – Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos e Luis Pereira Duarte de Amorim – também foram condenados no mesmo caso, com penas de 4 anos e 1 mês (regime semiaberto) e restrição de direitos, respectivamente.
Atualmente, Collor está custodiado na Superintendência da Polícia Federal em Maceió, enquanto o STF decide sobre a manutenção da prisão. A análise, que inicialmente ocorreria no plenário virtual, foi transferida para o plenário físico a pedido do ministro Gilmar Mendes, sem data definida para ocorrer. Além da prisão, Collor foi condenado a pagar multa de R$ 20 milhões à União e ficará inelegível por 17 anos e 8 meses (dobro do tempo da pena principal).
Esta prisão marca um novo capítulo na história política brasileira, tornando Collor o primeiro ex-presidente preso desde seu impeachment em 1992, quando renunciou ao cargo para evitar a condenação no Senado. Após o impeachment, Collor retornou à política e foi senador por Alagoas entre 2007 e 2023.
Fonte: Terra