A Justiça da Bahia condenou nesta semana Fábio de Jesus Santos a 21 anos e 4 meses de prisão em regime fechado. Ele é um dos envolvidos no assassinato da pastora Marcilene Oliveira Sampaio e de sua sobrinha, Ana Cristina Santos Sampaio.

A condenação de Fábio é mais um desdobramento do julgamento que já levou Edimar da Silva Brito — autointitulado pastor e apontado como mandante do crime — a uma pena de 32 anos de prisão, proferida em março deste ano. Outro participante, Adriano Silva dos Santos, também já havia sido condenado. Segundo o Ministério Público, os três seguiram o carro das vítimas até um ponto isolado da rodovia que liga Vitória da Conquista a Barra do Choça. Aproveitando-se de um momento de distração, quando o marido de Marcilene parou o veículo, os criminosos agiram com extrema violência.
As vítimas foram obrigadas a deitar no chão e assassinadas com golpes de bloco de concreto, atingidas principalmente na cabeça e no rosto. A brutalidade foi tamanha que os corpos ficaram desfigurados. A motivação para o crime, segundo os autos, foi a insatisfação de Edimar com a saída de Marcilene de sua igreja e a fundação de um novo templo, o que teria provocado a perda de seguidores e enfraquecido sua liderança religiosa e financeira.

Durante o julgamento, o promotor José Junseira sustentou a acusação com base em confissões, provas técnicas e testemunhos, o que foi essencial para a condenação. A juíza Ivana Pinto Luz, responsável pelo caso, destacou o planejamento minucioso do crime e a frieza dos executores como agravantes para a sentença. Fábio de Jesus Santos já estava preso preventivamente e cumprirá a pena em regime fechado.
A defesa do líder religioso Edimar ainda tenta reverter a condenação. O principal argumento é a ausência de Carlos Eduardo de Souza, marido da pastora e sobrevivente do ataque, que não foi localizado para depor no júri. A defesa afirma que o depoimento gravado não pôde ser exibido por falhas técnicas e, por isso, entrou com pedido de habeas corpus. Enquanto os recursos seguem em análise, a Justiça baiana reforça que os homicídios foram motivados por intolerância e vaidade dentro de um contexto religioso, e que a punição aos envolvidos deve ser exemplar.